Atividades de formação pré-colóquio
Enação em perspectiva e em prospectiva
A competência ética como jogo: articulações entre modo operativo AND e cognição enativa
Data : 12 de agosto (5a feira) e 13 de agosto (6a feira) de 2021
Horário :
12 de agosto: de 14h às 17h (GMT -3)
13 de agosto: de 10h às 12h (GMT -3)
Formato : Oficina online
Vagas : 30 pessoas
Co-facilitadores : Christian Sade, Fernanda Eugénio, Patrícia Bergantin e Ruan Rocha
Apresentamos contribuições recíprocas entre Modo Operativo AND (MO-AND) e abordagem enativa. O MO-AND é um sistema prático- teórico e uma metodologia para a investigação experiencial da relação, através de dispositivos de jogos não competitivos de regras imanentes, que emergem durante o jogar. Como caminhar em um mundo que não é fixo nem predeterminado, em um mundo cujas regras não são completamente prescritas? Essa é uma questão importante tanto para a abordagem enativa, quanto para o MO-AND. Para ambos, a resposta está na relação. A relação cognoscente envolvida no MO-AND é sobretudo encarnada: as posições no tabuleiro são coemergentes, em um dispositivo lúdico para o estudo-praticado da enação, e da competência ética, como um jogo de regras imanentes. No MO-AND experimentamos o tornar-se consciente (becoming aware) da constituição mútua de si e do mundo: circularidade fundamental entre modo de ser, modo de conhecer e modo de fazer (de jogar). Apresentamos nossa pesquisa empírica, onde nossa hipótese é que a prática de jogo do MO- AND contribui para uma formação enativa de um corpo atento à relação e curador dela. A oficina tem uma parte vivencial e outra expositiva.
Os grupos de Gestão Autônoma da Medicação (GAM) como prática enativa
Data : 17 de agosto (3 a feira), 19 de agosto (5 a feira) e 20 de agosto (6 a feira) de 2021
Horário : de 10h às 12h (GMT -3) (mesmo horário para os três dias de oficina)
Formato : Oficina online
Idioma : Português/francês (tradução consecutiva)
Público-alvo : Estudantes, trabalhadores, pesquisadores, usuários e gestores de serviços de saúde
Vagas : 30 pessoas
Co-facilitador : Paula Brum
A Gestão Autônoma da Medicação (GAM) é uma estratégia de produção de autonomia que enfrenta o problema da baixa participação dos usuários de psicotrópicos nas decisões e no manejo do uso de medicações psiquiátricas, concentrados na equipe dos serviços de saúde, especialmente nos médicos, em relações verticais que priorizam o saber de quem cuida e desvalorizam o da experiência de quem usa. A GAM é utilizada no campo da saúde pública do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro. É desenvolvida através dos grupos GAM e conta com a participação de usuários, trabalhadores e pesquisadores universitários, bem como do Guia GAM – livro com perguntas que disparam discussões envolvendo o uso das medicações. Incentivando participações e uma dinâmica de manejo cogestivo, usuários e trabalhadores experimentam outros lugares de falas, recriando-se subjetivamente, de forma autopoiética. Identifica-se uma co-emergência, enativa, de novas produções subjetivas, expressas em aumento comunicacional e autonomia coletiva. Por sua potência enativa, coproduzida, aposta-se na reprodução e disseminação da GAM, como prática da Reforma Psiquiátrica, resistindo ao contexto antidemocrático atual brasileiro.
Políticas da narratividade e pesquisa em saúde mental: a linguagem pela perspectiva da enação
Data : 30 de agosto (2 a feira), 1o de setembro (4 a feira) e 3 de setembro (6 a feira) de 2021
Horário : de 16h às 18h (GMT -3) (mesmo horário para os três dias de oficina)
Formato : Oficina online
Público-alvo : Estudantes, trabalhadores, pesquisadores
Vagas : 25 pessoas
Co-facilitador : Jorge José Maciel Melo
A abordagem enativa na pesquisa qualitativa em saúde implica arranjos metodológicos que coloquem em ênfase a experiência de coemergência entre sujeito e objeto do conhecimento, assim como a inseparabilidade entre produzir conhecimento e produzir cuidado. Pesquisar em saúde e, particularmente, em saúde mental requer que se ressalte a participação dos sujeitos na coautoria do conhecimento, seja na concepção, na realização, ou mesmo na conclusão e divulgação dos resultados. Calcado nas experiências de pesquisas intervenção participativas de André Miranda e Jorge Melo este ateliê apresenta uma experimentação que visa pensar o processo cognitivo da linguagem pela perspectiva da Enação, tendo como fio condutor a ideia de narrativa. Pretende-se, então, a partir das contribuições dos coordenadores e em diálogo constante com as reverberações do colóquio “A Enação em perspectiva e em prospectiva” nos participantes da oficina, compor narrativas coletivas que nos permitam refletir mais atentamente sobre a Linguagem enquanto processo cognitivo incorporado, que emerge com e na experiência, bem como possíveis contribuições dessa compreensão para os avanços da pesquisa qualitativa em saúde.