“Minha experiência da guerra civil [no Chile] me ensinou que a epistemologia (...) molda o mundo em que vivemos e os valores humanos que são os nossos”. Tomo esta citação de um texto de Francisco Varela no qual ele fala de sua experiência do dia do golpe de Estado dos generais chilenos em 1972, o que o levou ao exílio: a de abandonar todas as suas certezas sobre o mundo em que vivia, diante de um acontecimento para o qual seu trabalho de pesquisa e ensino não o havia preparado e que foi produto de um longo processo - Francisco Varela fala de "um processo de extrema polarização da sociedade chilena", que suas certezas e seu trabalho o haviam impedido de perceber. A epistemologia da qual ele fala é múltipla: a dos pesquisadores como ele; a daqueles que, como ele, participaram do progresso cultural e social em curso; a dos atores e apoiadores do golpe militar. Esta tese questiona as "ciências políticas". Ela não foi prolongada pelas pesquisas enativas além do que Francisco Varela escreveu ao longo deste texto. Entretanto, podemos contar com elas para iniciar este prolongamento, como eu me proponho a fazer.

Qual é a parte da surpresa e da novidade em uma entrevista de explicitação microfenomenológica? Como a relação entre entrevistado(a) e entrevistador(a) se coloca sob o signo da surpresa? Como a novidade da experiência descoberta durante uma entrevista oferece um critério importante para o sucesso de uma entrevista? Irei reler aqui a epistemologia vareliana da enação à luz do modelo de surpresa no âmbito da microfenomenologia.

O tema desta apresentação é o potencial de uma ampla abordagem enativa para transformar a teoria e a prática do eLearning. Começo com uma experiência de pensamento que sugere o poder transformador de uma ampla abordagem enativa: "O navio causa o rastro, ou o rastro causa o navio?" Esta apresentação propõe uma estrutura para futuras pesquisas sobre o tema da enação e eLearning e será estruturada em torno de três pontos principais. (1) Uma ampliação da abordagem enativa nas ciências cognitivas é acompanhada por um estreitamento da abordagem enativa na educação, resultando em limitações e desafios. (2) O entendimento de que eLearning é uma enação, não uma ação pessoal ou uma interação, mostra o poder transformador do eLearning enativo. (3) Um estudo de caso de um curso de eLearning sugere que o eLearning eficaz, minucioso e envolvente é enativo. Explicarei como o eLearning enativo repensa fundamentalmente o que significa aprender e pensar e transforma a forma como entendemos a evolução e a informação.

Embora o estudo da expe"O estudo da experiência tem sido instituído como um elemento relevante no estudo dos fenômenos cognitivos. Entretanto, sua incorporação às ciências cognitivas tem sido feita em grande parte seguindo um quadro de referência objetivista, sem reconsiderar as práticas e padrões envolvidos no processo de pesquisa e validação dos resultados. Isto deu origem a uma série de questões que revelam inconsistências na compreensão e tratamento de alguns aspectos cruciais da pesquisa em primeira pessoa. Nesta apresentação, esboçaremos uma proposta de pesquisa que visa contribuir para o estabelecimento de um arcabouço para o estudo da experiência que aborda estas inconsistências. Particularmente, identificaremos os desafios enfrentados pelo estudo da experiência - em particular aqueles ligados à compreensão da memória, expressão e intersubjetividade na exploração da experiência - e nos propomos a reenquadrá-los sob a abordagem enativa. Além disso, exploraremos a perspectiva de obter uma visão das estratégias teóricas e metodológicas para lidar com estas questões, estendendo nossa visão além do campo das ciências cognitivas a seus campos vizinhos, enfocando o campo das práticas somáticas.

Esta apresentação é o resultado de uma reformulação de minha tese de doutorado em ciências da educação, especializada em educação artística. Ao me questionar sobre as razões pelas quais a enação, como um fio condutor, acompanhou minha intuição pedagógica, retraço o caminho do pensamento tal como eu o percorri, vivi e experimentei. Defender tal intuição, entretanto, requer deferência à psicologia cognitiva e neurociência, pois nosso campo de pesquisa, as ciências plurais da educação, tem esta tendência a se interessar pelas raízes biológicas, psicológicas e sociais da aprendizagem. Apresentaremos, portanto, como a noção de enação foi concretamente introduzida em nossa pedagogia artística, a fim de abrir a discussão sobre seus desafios no ensino.

Eu entrei em contato com a enação por acaso em 2011. Um colega me encaminhou uma chamada para capítulos de um livro dedicado à enação nas artes. Eu não sabia nada sobre a enação, mas ao ler o argumento da chamada, eu tive uma experiência (enativa?). O que a chamada descrevia fazia total sentido para mim. Então, decidi responder à chamada e mergulhei em numerosas leituras sobre o tema da enação e, em particular, o livro "A Mente Incorporada". A enação rapidamente se tornou um dos meus tópicos de pesquisa. Primeiro explorei o conceito de enação aplicado ao processo criativo, notadamente para esta chamada, e também participando de várias conferências sobre ou em torno deste tema. Também tenho tentado construir intervenções que façam as pessoas experimentar em tempo real este conceito de enação. Também explorei a aplicação do conceito de enação na pedagogia, e a pedagogia enativa, por sua vez, tornou-se um dos meus temas de pesquisa. Irei realizar uma avaliação deste trabalho e propor alguns possíveis prolongamentos.

A experiência e a mente em geral, assim o afirmarei, é temporariamente estendida, e de forma massiva. Além disso, para muitos fenômenos mentais, esta extensão temporal é mais forte do que "meramente causal". O que é vivenciado agora, por exemplo, é o que é por causa de seu passado e futuro. Sem sua história muito específica, esta experiência não poderia ocorrer. O inchaço massivo da experiência (massive experiential bloat) contraria as intuições estabelecidas sobre a causalidade e a explicação. Mas a causalidade e a explicação exigem, elas mesmas, um inchaço histórico, ou isto é o que irei argumentar. Mostrarei como o inchaço está presente, destacando o papel da antecipação na memória. O que lembramos muitas vezes depende de nossos hábitos e atos de antecipação, e tal difusão no tempo, levando a memória com eles em um extenso fluxo temporal. O inchaço tem conseqüências práticas, quando queremos intervir nas experiências. O inchaço também tem conseqüências sobre como pensar filosoficamente sobre as mentes - ele introduz um fator de indeterminação perene.

As abordagens enativas, incorporadas, da cognição se apresentam em variantes conservadoras e mais radicais. Aquelas no extremo radical do espectro assumem que as mentes são constituídas por atividade inteligente, em vez de se distanciarem dela e dirigirem-na. Assim, os radicais da E-cognição desafiam diretamente as tradicionais teorias representacionais-computacionais da mente e da cognição. Ao longo dos anos, elas têm sido anunciadas como um novo paradigma para as ciências da mente. Esta apresentação: explica por que algumas abordagens radicais da E-cognição se qualificam como verdadeiramente revolucionárias; motiva "tornar-se radical" em vez de "permanecer conservador"; e examina as implicações práticas de "tornar-se radical" nos domínios da educação e da formação.

Este trabalho explora o tropo de um ""cientista reflexivo"". O tropo parece ter desempenhado um papel importante nos anos fundadores da abordagem enativa, mas caiu no esquecimento nos desenvolvimentos subseqüentes do campo. O objetivo principal do trabalho é abordar a questão sobre o que significa aplicar reflexivamente a noção de enação ao próprio cientista: se a cognição não significa representação do mundo objetivo (realidade auto-subsistente), mas sim a criação de um meio (em-ação), o que isso significa para a natureza da cognição científica e da ciência em geral? Ao aproveitar os insights dos debates da ciência da vida na primeira metade do século XX sobre a relação mente-vida e organismo-meio, tentarei dar corpo à noção do chamado ""pensamento ourobórico"", um tipo de reflexão que orienta o caminho do meio entre a intelectualidade desencarnada e a sensação vivida.

Nesta conferência, discutirei inicialmente como os experimentos de ICM continuarão a desempenhar um papel importante na pesquisa básica, indicando como eles já nos permitiram demonstrar a existência de uma variedade de funções neurofisiológicas, tais como codificação espacial e mapeamento de interação social, não comumente associadas ao córtex motor dos primatas não-humanos. Também descreverei uma combinação de abordagens que permitirá à ICM cumprir sua missão há muito esperada de fornecer novas terapias para pacientes que sofrem de lesões graves da medula espinhal. Neste contexto, descreverei as vantagens clínicas de um protocolo que combina múltiplas técnicas não invasivas em uma única abordagem de neuroreabilitação para tais pacientes.

O pensamento enativo é conhecido por ser uma abordagem "incorporada" (embodied) para compreender os fenômenos mentais. O corpo é às vezes descrito como a origem de valores básicos, que se tornam a força motriz para a auto-organização de complexos sistemas adaptativos de interação corpo-ambiente. Um forte foco no corpo desempenha tanto um papel teórico - oferecendo formas de naturalizar valor e significado - quanto retórico - fornecendo uma âncora para um novo modo de pensar para aqueles que se distanciam de abordagens computacionais neurocêntricas e abstratas. Mas como pensamos sobre o corpo atuado (enacted body) é muito importante. O pensamento enativo tem convergido com os temas de numerosas perspectivas feministas mais antigas sobre os aspectos complexos e dinâmicos da incorporação (embodiment), que entrelaçam os fluxos físicos, biológicos, sociais, culturais e outros fluxos de atividade. Estes fluxos que dão origem aos tipos de dinâmicas de animação que os enativistas têm aproveitado em suas noções naturalizadas de valor e significado. Nesta conferência, quero explorar algumas das formas pelas quais o corpo atuado surge e como a compreensão enquanto um entrelaçamento dinâmico de valores leva a formas particulares de pensar a experiência e a ação.

Em sua essência, a fenomenologia é um empreendimento filosófico. Dada sua natureza nitidamente filosófica, pode-se razoavelmente perguntar se ela pode oferecer algo de valor à ciência positiva. Ela pode, de alguma forma, informar o trabalho empírico? No entanto, não pode haver dúvidas sobre a resposta a estas perguntas. Por mais de um século, a fenomenologia tem fornecido contribuições cruciais para uma variedade de disciplinas das ciências sociais e humanas, incluindo a psicologia, a sociologia e a antropologia. Nas últimas décadas, a fenomenologia também tem sido uma importante fonte de inspiração, não apenas para debates teóricos dentro da pesquisa qualitativa, mas também para pesquisas em andamento dentro das ciências cognitivas. Mas qual é a melhor maneira de praticar, usar e aplicar a fenomenologia em um contexto não-filosófico? Quão profundamente enraizada na filosofia fenomenológica deve estar a pesquisa empírica para se qualificar como fenomenológica? Quantos dos principais compromissos da fenomenologia devem ser aceitos? Em minha palestra, discutirei e avaliarei algumas diferentes respostas a estas perguntas.

A conferência explora o conceito de circularidade como um meio de explicar a relação entre a fenomenologia da experiência vivida e a dinâmica das interações organismo-ambiente. Ela será desenvolvida de três maneiras:
(1) como a estrutura circular da incorporação (embodiment), que se manifesta (a) nos ciclos homeostáticos entre cérebro e corpo, (b) nos ciclos sensorimotores entre cérebro, corpo e ambiente, (c) na interdependência das disposições de um organismo de produção de sentido (sense-making) e das affordances do meio ambiente;
(2) como a causalidade circular que caracteriza a relação das partes e do todo dentro do organismo vivo, bem como dentro do sistema organismo-ambiente;
(3) como a circularidade de processo e estrutura em desenvolvimento e aprendizagem. Argumentarei aqui que a experiência subjetiva constitui um processo de produção de sentido que induz processos neurofisiológicos de modo a formar estruturas neuronais modificadas, que por sua vez permitem interações futuras alteradas.
Nesta base, a experiência encarnada pode, em última instância, ser concebida como a integral das atuais interações organismo-ambiente, que tem um efeito de cima para baixo (top-down), formativo ou ordenador sobre os processos fisiológicos.

Nos últimos anos, numerosos pesquisadores têm discutido uma virada pragmática em ciências cognitivas. O consenso geral é que esta virada, ou retorno ao pragmatismo, está intimamente ligada ao advento da cognição não representativa incorporada (embodied cognition, EC), às vezes referida como 4E (embodied, embedded, extended and enactive). Em alguns aspectos, a virada pragmática é apenas esta virada para a cognição incorporada, orientada para a ação, que veio à tona a partir dos anos 90. Argumentarei, entretanto, que esta é uma simplificação excessiva de várias maneiras. Primeiro, em relação ao timing; segundo, em relação a como o pragmatismo pode já ter influenciado os principais cognitivistas mesmo antes da virada para a EC; e terceiro, em relação a como o pragmatismo se relaciona, de forma um tanto ou quanto desigual, com a variedade de teorias da EC.

O pensamento pragmatista vem ao encontro de certos aspectos da enação tal como desenvolvida por seus principais teóricos (Gallagher, 2014). A fim de refletir sobre as sinergias entre estes movimentos, apresentaremos as orientações de um programa de pesquisa dedicado à exploração teórica, metodológica e prática de uma ética de inspiração pragmatista. Primeiro, revisaremos a ética pragmatista desenvolvida por nossa equipe de pesquisa interdisciplinar que trabalha na ética da saúde. Enfatizaremos os papéis da compreensão situacional dos problemas morais, a fundamentação experiencial e existencial dos valores humanos, a deliberação e a imaginação baseadas em cenários, a enação como uma abordagem para implementar a ética e as metodologias participativas para desenvolver o que chamamos de "ética viva". Em seguida, apresentaremos os trabalhos em andamento definindo a natureza experiencial da deliberação ética e avaliando sua contribuição dialógica e pedagógica. Finalmente, apresentaremos um projeto de pesquisa ação-participativa com o objetivo de compreender melhor a experiência e proporcionar instrumentos às pessoas com doenças raras.

Esta contribuição aborda a problemática da experiência do "impasse" no processo de individuação. Como parte do programa de pesquisa "Curso da Ação", ela se baseia na hipótese da atividade-signo - que articula a perspectiva enativa e a semiótica de Peirce - assim como na noção de individuação de Simondon. Após colocar em perspectiva como a questão da significação é abordada por vários autores pertencentes à abordagem enativa, sublinhamos a prevalência da experiência de incerteza diante das rupturas de antecipação, que podem gerar vivências de impasse na experiência individual. Estes impasses expressam uma retração da dinâmica de significação, bem como um obstáculo à experiência da continuidade do tempo. As dimensões abdutivas e icônicas da significação têm então um papel incontornável a desempenhar para "ultrapassá-las" e facilitar a aquisição de novos conhecimentos e a retomada da dinâmica de desenvolvimento individual. Da mesma forma, elas nos parecem essenciais para refletir sobre o desenvolvimento dos coletivos, bem como para imaginar cenários futuros da perspectiva enativa.

Neste trabalho, abordamos a noção de intuição clínica a partir de uma perspectiva de pensamento complexo, como pensamento complexo de segunda ordem ou emergente. Esta proposta se baseia em uma recente conceituação de pensamento complexo, com fundamentos em uma visão enativa da cognição e uma visão de mundo relacional. Discutiremos os desafios teóricos, metodológicos e pragmáticos colocados para e por um programa de pesquisa focado no desenvolvimento de um processo de conceitualização de casos complexos, visando apoiar os profissionais de apoio familiar que lidam com casos complexos. Esta pesquisa envolve a concepção e avaliação de protocolos e estratégias para ajudar os profissionais a fazer emergir propriedades organizacionais centrais da complexidade dos sistemas sociais vivos e humanos, no nível de seu próprio pensamento, para gerenciar seu desdobramento, e suas experiências, como contribuições para o processo de acoplamento. Sob determinadas condições, novas informações (relacionais) (diferenças) podem emergir, através do processo de acoplamento, na forma de hipóteses clínicas (descrições, explicações, antecipações) que podem orientar a tomada de decisão e a gestão dos processos de mudança em condições de significativa incerteza e informação limitada.

Esta conferência será uma introdução geral à enação e culminará com a apresentação do conferencista principal, Michel Bitbol.

QBismo (Bayesianismo Quântico) é uma interpretação minimalista mas ousada da teoria quântica, exaurindo seus "paradoxos" em sua fonte. O físico quântico tal como visto pelo QBism não descreve um "mundo externo" pré-existente. Ao invés disso, ele antecipa os fenômenos que surgem da interação entre "sistemas físicos" e um agente equipado com próteses instrumentais. Sob estas condições, QBism afirma que os símbolos da teoria quântica nada mais expressam do que as apostas de cada agente sobre os fenômenos que ele faz emergir.

A concepção de QBist é comparável à teoria enativa da cognição. Distinguirei duas leituras da mesma. De acordo com a leitura externa da enação, o conhecimento e o mundo conhecido coemergem de um acoplamento entre o sujeito encarnado e seu meio. De acordo com sua leitura interna, fenomenológica, o conhecimento é um processo de criação de sentido, que associa procedimentos de antecipação adaptativa a cada classe de percepções. A articulação entre as concepções externas e internas de enação permitirá desarmar a tensão entre os aspectos "objetivistas" e "subjetivistas" do QBism.

Em 2005, criamos, dentro da unidade de pesquisa Costech da Universidade de Tecnologia de Compiègne, uma equipe intitulada "cognitive research and enaction design" (CRED), que existe até hoje. A proposta de "enaction design" foi em si mesma o produto de um empreeendimento de pesquisa nascida em meados dos anos 80 nesta universidade, que promoveu o encontro das ciências cognitivas inspiradas na segunda cibernética com uma reflexão geral sobre o fato técnico. A síntese deste encontro é uma tese geral formulada da seguinte forma: a tecnologia como antropologicamente constitutiva ou constituinte (implícita na experiência humana). Assim, o "enaction design" se apresenta como uma engenharia relacional atenta à gênese e à transformação do vivido significante dos atores, um vivido constrangido e capacitado pelo contexto técnico com o qual eles/elas se engajam continuamente, fazendo advir seus mundos. A conferência entrará nos detalhes deste empreendimento de concretização.

Nossa discussão metodológica é baseada em um estudo de inspiração fenomenológica relativa a experiência vivida por corredores que se auto-quantificam utilizando dispositivos digitais portáteis. Implementamos um protocolo que permite aos sujeitos, equipados com um gravador, durante sua sessão de corrida e em tempo real, verbalizar a dinâmica de seus pensamentos, suas emoções e suas sensações. O objetivo é apreciar os interesses e limites deste protocolo, comparando-o com metodologias de tipo retrospectivo (auto-confrontação e explicitação), com entrevistas em situação (running interviews) e com o protocolo de "pensamento em voz alta". A auto-explicitação em tempo real se mostra pertinente para não quebrar o fluxo contínuo da experiência vivida, mas ela inevitavelmente a impacta. Seguindo o exemplo do "efeito observador" destacado por Bohr e depois Devereux, será apresentado um "efeito auto-observador": o simples fato de ter que explicitar sua própria experiência durante a atividade esportiva a transforma. O pesquisador deve, portanto, controlar as deformações especificamente induzidas por seu protocolo.