A experiência e a mente em geral, assim o afirmarei, é temporariamente estendida, e de forma massiva. Além disso, para muitos fenômenos mentais, esta extensão temporal é mais forte do que "meramente causal". O que é vivenciado agora, por exemplo, é o que é por causa de seu passado e futuro. Sem sua história muito específica, esta experiência não poderia ocorrer. O inchaço massivo da experiência (massive experiential bloat) contraria as intuições estabelecidas sobre a causalidade e a explicação. Mas a causalidade e a explicação exigem, elas mesmas, um inchaço histórico, ou isto é o que irei argumentar. Mostrarei como o inchaço está presente, destacando o papel da antecipação na memória. O que lembramos muitas vezes depende de nossos hábitos e atos de antecipação, e tal difusão no tempo, levando a memória com eles em um extenso fluxo temporal. O inchaço tem conseqüências práticas, quando queremos intervir nas experiências. O inchaço também tem conseqüências sobre como pensar filosoficamente sobre as mentes - ele introduz um fator de indeterminação perene.
10: 20 às 11: 05 (Brasil)
+ 20 minutos de questões
09: 20 às 10: 05 (Canadá e Chile)
14: 20 às 15: 15 (Portugal)
15: 20 às 16: 15 (Europa Central)
Tornando-se Radicalmente Enativo: Por que, e o Que se Segue?
As abordagens enativas, incorporadas, da cognição se apresentam em variantes conservadoras e mais radicais. Aquelas no extremo radical do espectro assumem que as mentes são constituídas por atividade inteligente, em vez de se distanciarem dela e dirigirem-na. Assim, os radicais da E-cognição desafiam diretamente as tradicionais teorias representacionais-computacionais da mente e da cognição. Ao longo dos anos, elas têm sido anunciadas como um novo paradigma para as ciências da mente. Esta apresentação: explica por que algumas abordagens radicais da E-cognição se qualificam como verdadeiramente revolucionárias; motiva "tornar-se radical" em vez de "permanecer conservador"; e examina as implicações práticas de "tornar-se radical" nos domínios da educação e da formação.
11: 30 às 12: 15 (Brasil)
+ 20 minutos de questões
10: 30 às 11: 15 (Canadá e Chile)
15: 30 às 16: 15 (Portugal)
16: 30 às 17: 15 (Europa Central)
O que significa ser um Cientista Reflexivo? Os Contornos do Pensamento Ourobórico
Este trabalho explora o tropo de um ""cientista reflexivo"". O tropo parece ter desempenhado um papel importante nos anos fundadores da abordagem enativa, mas caiu no esquecimento nos desenvolvimentos subseqüentes do campo. O objetivo principal do trabalho é abordar a questão sobre o que significa aplicar reflexivamente a noção de enação ao próprio cientista: se a cognição não significa representação do mundo objetivo (realidade auto-subsistente), mas sim a criação de um meio (em-ação), o que isso significa para a natureza da cognição científica e da ciência em geral? Ao aproveitar os insights dos debates da ciência da vida na primeira metade do século XX sobre a relação mente-vida e organismo-meio, tentarei dar corpo à noção do chamado ""pensamento ourobórico"", um tipo de reflexão que orienta o caminho do meio entre a intelectualidade desencarnada e a sensação vivida.
12: 35 às 13: 00 (Brasil)
11: 35 às 12: 00 (Canadá e Chile)
16: 35 às 17: 00 (Portugal)
17: 35 às 18: 00 (Europa Central)
Debate e término da sessão
Pausa (1 hora)
14: 00 às 14: 10 (Brasil)
13: 00 às 13: 10 (Canadá e Chile)
18: 00 às 18: 10 (Portugal)
19: 00 às 19: 10 (Europa Central)
Acolhimento dos participantes e apresentação dos/das conferencistas
Letícia Renault - Mestre de cerimônias
14 :10 às 14: 55 (Brasil)
+ 20 minutos de questões
13: 10 às 13: 55 (Canadá e Chile)
18: 10 às 18: 55 (Portugal)
19: 10 às 19: 55 (Europa Central)
Uma Visão do Futuro para a Pesquisa Básica e Aplicações Clínicas das Interfaces Cérebro- Máquina
Nesta conferência, discutirei inicialmente como os experimentos de ICM continuarão a desempenhar um papel importante na pesquisa básica, indicando como eles já nos permitiram demonstrar a existência de uma variedade de funções neurofisiológicas, tais como codificação espacial e mapeamento de interação social, não comumente associadas ao córtex motor dos primatas não-humanos. Também descreverei uma combinação de abordagens que permitirá à ICM cumprir sua missão há muito esperada de fornecer novas terapias para pacientes que sofrem de lesões graves da medula espinhal. Neste contexto, descreverei as vantagens clínicas de um protocolo que combina múltiplas técnicas não invasivas em uma única abordagem de neuroreabilitação para tais pacientes.
15: 20 às 16: 05 (Brasil)
+ 20 minutos de questões
O pensamento enativo é conhecido por ser uma abordagem "incorporada" (embodied) para compreender os fenômenos mentais. O corpo é às vezes descrito como a origem de valores básicos, que se tornam a força motriz para a auto-organização de complexos sistemas adaptativos de interação corpo-ambiente. Um forte foco no corpo desempenha tanto um papel teórico - oferecendo formas de naturalizar valor e significado - quanto retórico - fornecendo uma âncora para um novo modo de pensar para aqueles que se distanciam de abordagens computacionais neurocêntricas e abstratas. Mas como pensamos sobre o corpo atuado (enacted body) é muito importante. O pensamento enativo tem convergido com os temas de numerosas perspectivas feministas mais antigas sobre os aspectos complexos e dinâmicos da incorporação (embodiment), que entrelaçam os fluxos físicos, biológicos, sociais, culturais e outros fluxos de atividade. Estes fluxos que dão origem aos tipos de dinâmicas de animação que os enativistas têm aproveitado em suas noções naturalizadas de valor e significado. Nesta conferência, quero explorar algumas das formas pelas quais o corpo atuado surge e como a compreensão enquanto um entrelaçamento dinâmico de valores leva a formas particulares de pensar a experiência e a ação.
